domingo, 30 de setembro de 2012

A fantástica fábrica de missionários



Bill Hybels, fundador e pastor de uma das maiores igrejas dos Estados Unidos, costuma dizer que a maior esperança do mundo está na igreja local e no quanto Deus pode usar esta força para transformar as pessoas. Eu posso entender com clareza o que ele quer dizer: basta imaginar as igrejas falando a língua das pessoas para transmitir, de maneira viva, a Palavra de Deus que não muda nunca! Seria a mais poderosa revolução!

Mas, o que é a igreja, e porque ela pode ser uma «Fantástica Fábrica de Missionários»?

Nós temos aprendido que a igreja não é a instituição, mas as pessoas. Não é o prédio, mas o ajuntamento maravilhoso de pessoas.

Pois quando uma criança freqüenta um lugar no qual tantas pessoas podem ser bons modelos, e onde a ação do Espírito Santo é viva e freqüente, o poder de influência positiva é enorme. A igreja é uma enorme ferramenta de Deus no despertamento e preparo da futura geração de missionários.

Vamos focalizar o olhar na microvisão e pensar na sua parcela desta responsabilidade.

Qual é a sua contribuição neste grande projeto de Deus?

Como pai, irmão, tio ou como «simples pessoa que passa por uma criança no corredor da igreja», o que você tem feito ou como Deus tem te usado para fabricar novos missionários? Quanto do seu amor a Deus tem se traduzido em sorrisos, palavras de incentivo ou encorajamento? E quanto às ações de serviço? Você tem mostrado que realmente vale a pena servir a Deus, trabalhando nas diversas áreas da igreja com alegria sincera?

Está na hora de fazer parte das engrenagens e linhas de montagem desta fábrica. Você já pensou que você mesmo pode ser um missionário?

Vamos juntos nesta força - Deus, você e toda a igreja - fabricar a maior e melhor geração de missionários que esse mundo já viu!

Fonte: www.sermao.com.br

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Como Fazer Missões



VISÃO, AMOR PELOS PERDIDOS E DISPOSIÇÃO 

Para iniciar um trabalho missionário numa igreja, é necessário primeiramente que, aquelas pessoas interessadas em fazê-lo, se prontifiquem a compreender a vontade de Deus em relação ao assunto. Para isso, precisam ter a visão certa: a visão de Deus. Então podemos fazer algumas perguntas para entendermos melhor sobre essa necessidade.

- O que você sente no coração quando ouve alguém falar sobre as necessidades do mundo?
- Idéias novas e diferentes surgem em sua mente quando alguém lhe fala sobre missões?
- Você ora constantemente pelos missionários que estão no campo?
- Você tem influenciado outros para se envolverem com missões?
- Quando alguém compartilha contigo a respeito do seu chamado, você o incentiva a continuar?
- Você já mobilizou pessoas alguma vez a enviar uma oferta missionária para missões?
- Você gosta de participar de conferências, congressos, acampamentos que abordam o tema missões?
- Você envia periodicamente oferta para algum missionário no campo? 

Deu para sentir que as perguntas acima apontam uma ligação inquebrável das três áreas necessárias na vida da igreja, para alguém iniciar um departamento missionário. Essas áreas são, na verdade, a essência do compromisso missionário que todo cristão deve ter no seu dia a dia, elas são:

VISÃO + AMOR PELOS PERDIDOS + DISPOSIÇÃO = M I S S Õ E S 

Mais de dois bilhões e setecentos milhões de seres humanos, número que representa cerca de dois terços da humanidade, ainda não foram evangelizados. Sentimo-nos envergonhados da nossa negligência para com tanta gente; continua sendo uma reprimenda para nós e para toda a Igreja. Há, no momento, todavia, em muitas partes do mundo, uma receptividade sem precedentes para com o Senhor Jesus Cristo. Estamos convictos de que esta é a hora de as igrejas e outras instituições orarem fervorosamente pela salvação do povo não evangelizado e de lançarem novos programas visando a evangelização total do mundo. 

(CONGRESSO INTERNACIONAL DE EVANGELIZAÇÃO MUNDIAL, Lausanne) 

"E disse-lhes: Ide por todo o mundo, e pregai o evangelho a toda criatura" 

(Marcos 16:15). 

As Boas Novas do Evangelho foram deixadas na terra por Jesus, para toda a raça humana. Por isso, devemos ir por todo mundo, e não apenas para algumas regiões. O "Ide" é imperativo e não opcional. Este é o nosso chamado como corpo de Cristo, é a nossa responsabilidade: ir e pregar o evangelho.

VISÃO - Olhar para o mundo sob a perspectiva bíblica. Saber que Jesus morreu por todos os homens. Conhecer as necessidades do homem e ter a verdadeira consciência sobre as responsabilidades conferidas a você para mudar tal situação.

AMOR PELOS PERDIDOS - Uma paixão desenfreada por aqueles que se perdem no mundo. Preocupação autêntica com as pessoas que ainda não foram alcançadas pelo evangelho. Sofrimento e dor quando ouve alguma notícia sobre a situação caótica da raça humana. Sente a responsabilidade de mudar a situação.

DISPOSIÇÃO - Levanta-se para fazer algo concreto em benefício das pessoas. Não mede esforços para trabalhar na casa de Deus. Está sempre alegre em saber que tudo aquilo que é feito para a obra de Deus é bom e satisfatório. Não importa o resultado imediato, o importante é que o nome do Senhor está sendo glorificado. Dispõe-se debaixo de uma vívida e empolgante responsabilidade para mudar a situação.

Visão = Conhecer a responsabilidade.
Amor pelos perdidos = Sentir a responsabilidade.
Disposição = Agir sob a responsabilidade.

Fazer missões é algo imperativo para o povo de Cristo. O "Ide" é uma ordem do próprio Senhor Jesus.


Fonte: Veredas Missionárias 

Missões - A Prioridade de Deus



Russell Shedd

Lucas relata que Jesus, depois de ressuscitar, reuniu seus discípulos e falou-lhes duas coisas. A primeira foi que o Antigo Testamento ensinava claramente que o Messias tinha de morrer e ressuscitar. Em seguida, acrescentou que o evangelho seria pregado a todas as nações.

O ensino que Jesus transmitiu aos discípulos após a ressurreição deve ter sido uma novidade para eles, mas estava claramente expresso no texto sagrado. Veja como Jesus falou: “Está escrito que o Cristo havia de padecer e ressuscitar dentre os mortos no terceiro dia e que em seu nome se pregasse arrependimento para remissão de pecados a todas as nações, começando de Jerusalém” (Lc 24.46,47).

A ordem de fazer missões é muito clara no Novo Testamento, porém Jesus buscou no Antigo Testamento a base para essa declaração. Se lermos a Bíblia toda sem observar sua ênfase sobre missões, provavelmente a estamos lendo superfi cialmente, como eu lia o Antigo Testamento, sem notar a centralidade do plano de Deus para as nações. Agora penso de modo diferente. Foi uma mudança de paradigma para mim!

Leiamos alguns textos que Jesus poderia ter usado para comprovar que a tarefa de levar o evangelho a todas as criaturas, nações, línguas e povos não era uma novidade do primeiro século. Ela começou no coração de Deus e foi anunciada inicialmente no Antigo Testamento.

A finalidade da criação

O Antigo Testamento começa com a criação de tudo que existe. No centro de seu plano, Deus criou o homem — e todos nós — à sua imagem, por várias razões. O próprio Universo não existiu eternamente. Deus o criou com um propósito. O Universo teve início num momento da História — “no princípio” — e terminará no fi m da História, após a segunda vinda de Cristo. Por que Deus decidiu fazer tudo que fez? Os cientistas ateus pesquisam a criação. Descobrem os segredos da natureza e como funcionam os processos e leis naturais, mas lamentam não saber a razão por que existe qualquer coisa, porém nós, cristãos, sabemos os motivos de o Universo e o homem existirem. Citaremos apenas cinco deles.

Primeiro motivo da criação

O primeiro motivo da criação foi o desejo de Deus de ter pessoas com quem pudesse desfrutar comunhão. Deus é social. Ele ama pessoas como nós — gente. Gente que conversa com ele. Ele queria alguém com quem pudesse conversar e de quem recebesse adoração. Por isso, criou-nos à sua imagem, para ter um relacionamento amoroso conosco. Isso se encaixa estreitamente na tarefa missionária. O propósito das missões tem seu fundamento nesse desejo de Deus. Cada pessoa que se converte hoje terá comunhão com ele eternamente.

Segundo motivo da Criação

Deus é um Deus feliz. Deduzimos isso de uma frase de 1Timóteo 1.11, “o evangelho da glória do Deus bendito”. A palavra “bendito” (makârios, no grego) quer dizer “feliz” (compare com as bem-aventuranças). Ele queria compartilhar sua felicidade com o ser humano. As pessoas mais felizes da terra devem ser os missionários. Com certeza, divulgar as boas novas, obedecer à última ordem de Cristo, levar pessoas a conhecê-lo e, por conseguinte, poder entrar no gozo do Senhor é um trabalho glorioso e tem relação direta com o motivo de Deus ter criado a humanidade.

Terceiro motivo da criação

Deus nos criou para mostrar seu amor. Ele já amava o Filho, e o Filho amava o Pai, mas queriam um povo para demonstrar seu amor. Ele multiplicou a população da terra para revelar seu infinito amor. Ele derramou seu amor em nosso coração para que possamos também amar aqueles que Deus ama. Se você não é missionário, no sentido mais lato da palavra, talvez o amor de Deus tenha sido sufocado em sua vida. Não entrou na sua veia nem nas suas artérias, por isso não circula em seu coração o desejo de alcançar os perdidos. Deus criou homens e mulheres para compartilhar sua felicidade e demonstrar seu amor. Devemos responder e corresponder ao seu amor com
grata obediência.

Quarto moti vo da criação

Deus criou o mundo para ser glorificado por meio dele. Ele criou o ser humano à sua imagem para que este pudesse glorifi cá-lo por causa de sua graça. Efésios 1.6 é uma passagem fundamental das Escrituras porque explica o motivo pelo qual Deus nos criou. Considere seriamente que, tanto a eleição antes da fundação do mundo quanto a predestinação para sermos filhos adotivos, aconteceu, segundo esse texto, “para louvor da glória de sua graça, que ele nos concedeu gratuitamente no Amado”. Não é possível negar, à luz dessa passagem, que o propósito original no plano da criação foi que pessoas inteligentes e dotadas de emoção louvassem a graça gloriosa de Deus. Esse é o principal motivo das missões. Paulo escreveu aos coríntios:
“Todas as coisas [os sofrimentos] existem por amor de vós, para que a graça, multiplicando-se, torne abundantes as ações de graças por meio de muitos, para glória de Deus” (2Co 4.15).

Quinto motivo da criação

Deus criou o homem para compartilhar com ele sua santidade. “Sereis santos, porque eu sou santo” (Lv 11.44). Ele não admitirá pecadores rebeldes no lar celestial. Por isso, nos manda aumentar a santidade no mundo e multiplicar o número de “santos” na terra. Um dos títulos do povo de Deus é “nação santa” (Êx 19.6), confi rmando que, se Deus tem filhos na terra inseridos em sua Igreja, eles serão marcados pela santidade do “Pai” celestial.

O coração missionário de Deus revelado no Antigo Testamento

Examinemos alguns textos-chave da Bíblia para buscar as bases para missões e o propósito divino para a humanidade.

Gênesis 12.1-3
Esta passagem central no Antigo Testamento apresenta a chamada de Abraão, nosso pai na fé e tem importantes implicações para a obra missionária:

Disse o Senhor a Abrão: Sai da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai e vai para a terra que te mostrarei; de ti farei uma grande nação, e te abençoarei, e te engrandecerei o nome. Sê tu uma bênção! Abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; em ti serão benditas todas as
famílias da terra.
Nesta passagem, que Jesus deve ter mencionado aos seus discípulos, temos uma dupla ordem: “Sai da tua terra” e “Sê tu uma bênção”. Abraão deveria sair para ser uma bênção e ser abençoado. Nele o mundo inteiro — todos os lugares, tribos, povos e nações — seriam abençoados. Cremos na Palavra de Deus e que essa promessa, ainda não concretizada inteiramente, irá se cumprir.

Existe algo mais interessante nesse texto. Qualquer contador, ou pessoa que trabalha com números, sabe que a soma de todas aquelas fileiras de cifras depende dos números que estão em cima. Ele sabe que se houver um erro em alguma dessas cifras, haverá um resultado errado na última linha. Esse princípio da matemática pode ilustrar e explicar por que o compromisso das igrejas com as missões é tão fraco.

O Brasil evangélico, até agora, enviou um número quase inexpressivo de missionários. Há menos de um missionário para cada 10 mil crentes. Estou convencido de que essa desproporção tem uma explicação razoável. Vejamos como se aplica à tarefa missionária. Como já vimos, se escrevemos números errados nas linhas de cima, a soma estará errada.

A passagem de Gênesis contém a promessa de que Deus há de abençoar a Abraão. Todos querem as bênçãos de Deus. Corresponde à linha de cima o “abençoarei”, mas se entendemos mal a linha de cima, a linha de baixo — “Sê tu uma bênção” para todas as nações (famílias) da terra — sairá errada. A bênção da promessa está diretamente ligada à obediência à ordem de ser uma bênção. Não dá certo buscar a bênção sem querer ser uma bênção.
Todas as nações receberão as bênçãos prometidas a Abraão. A Palavra de Deus não pode falhar, mas primeiro é essencial que Abraão e seus descendentes pela fé sejam uma bênção. É inútil reivindicar bênçãos se não estamos abençoando os perdidos com a oferta do evangelho.

Receber benefícios da parte de Deus corresponde à linha de cima. Transmitir esses benefícios para os que não têm acesso à bênção abraâmica está diretamente vinculado às bênçãos recebidas. A bênção da salvação, a linha de cima, implica a responsabilidade de ser uma bênção, de compartilhar essa salvação com os que não têm acesso ao evangelho.

Gênesis 50.15-21
A história de José, em Gênesis 50, revela o mesmo princípio. Seus irmãos estavam preocupados com o fato de que José, agora exaltado com plenos poderes no Egito, retribuísse o mal que sofreu.

Vendo os irmãos de José que seu pai já era morto, disseram: É o caso de José nos perseguir e nos retribuir certamente o mal todo que lhe fi zemos. Portanto, mandaram dizer a José: Teu pai ordenou, antes da sua morte, dizendo: Assim direis a José: Perdoa, pois, a transgressão de teus irmãos e o seu pecado, porque te fizeram mal; agora, pois, te rogamos que perdoes a transgressão dos servos do Deus de teu pai. José chorou enquanto lhe falavam. Depois, vieram também seus irmãos, prostraram-se diante dele e disseram: Eis-nos aqui por teus servos. Respondeu-lhes José: Não temais; acaso, estou eu em lugar de Deus? Vós, na verdade, intentastes o mal contra mim; porém Deus o tornou em bem, para fazer, como vedes agora, que se conserve muita gente em vida.Não temais, pois; eu vos sustentarei a vós outros e a vossos fi lhos. Assim, os consolou e lhes falou ao coraç;ão.
Está bem claro no texto que a bênção na vida de José, depois de muitas maldições, não deveria ser limitada a ele próprio. A grande bênção que recebeu (a linha de cima) teria de implicar a bênção de sua família e muitos milhares
de vidas salvas. A revelação que José recebeu sobre os anos de prosperidade e sobre a fome no Egito mostrou que Deus tinha um propósito central para sua vida. Deus o abençoou para que ele pudesse abençoar outras pessoas. A linha de cima — os benefícios recebidos — implica a linha de baixo — a concessão de benefícios aos que não os possuem.
Deus nos revelou algo muito mais precioso, uma revelação mais importante que a recebida por José. A questão é: por que Deus tem abençoado a sua vida? A razão bíblica é a preservação de vidas para a eternidade na gloriosa presença de Deus. Se nos interessamos apenas em receber a bênção da salvação, sem passá-la adiante, estamos contrariando o propósito de Deus. Desprezamos a prioridade divina.

Deuteronômio 4.5-8
Aqui Moisés mostra também as duas linhas, as bênçãos decorrentes de ser o povo escolhido e a responsabilidade de abençoar as nações:

Eis que vos tenho ensinado estatutos e juízos, como me mandou o Senhor, meu Deus, para que assim façais no meio da terra que passais a possuir. Guardai-os, pois, e cumpri-os, porque isto será a vossa sabedoria e o vosso entendimento perante os olhos dos povos que, ouvindo todos estes estatutos, dirão: Certamente, este grande povo é gente sábia e inteligente. Pois que grande nação há que tenha deuses tão chegados a si como o Senhor, nosso Deus, todas as vezes que o invocamos? E que grande nação há que tenha estatutos e juízos tão justos como toda esta lei que eu hoje vos proponho?
Imagine se o Brasil estivesse na posição de Israel prevista nesse momento histórico. Se as leis escritas e assinadas pelo presidente fossem leis criadas na mente de Deus e passadas diretamente aos deputados em Brasília, como o país estaria bem! Imagine se o Brasil, como o Israel antigo, em vez de pensar em problemas e dívidas internacionais, pudesse dobrar os joelhos e usufruir a bênção notável de empregos para todos, de estarem os meninos de rua recebendo o devido cuidado. Imagine a bênção de saber que os órfãos estão sendo nutridos com as verdades de Deus. Imagine um Brasil que não precisasse cuidar de suas fronteiras nem combater o tráfico de drogas. Pense em ter Deus tão próximo a proteger a nação: não seria preciso gastar dinheiro com o Exército e nem com policiais.
Leis falhas e interesseiras, feitas por homens, seriam substituídas por leis divinas e perfeitas. Beneficiado por essas leis e pela proteção divina nas crises, em resposta às orações do povo de Deus, o Brasil seria um país invejável. Foram essas bênçãos, segundo o texto de Deuteronômio, que Deus ofereceu a Israel.

Qual seria o efeito dessas bênçãos (a linha de cima) sobre os países vizinhos? O próprio texto responde. Seria um forte efeito missionário com seus benefícios. As nações vizinhas buscariam ao Senhor e seguiriam suas leis (a linha de baixo). Aprenderiam a viver bem imitando o Brasil e obedecendo às leis criadas no céu. Buscariam ao Deus único e ao seu Reino para obter as bênçãos desfrutadas pelo Brasil.

Vejo um país que tem grande interesse em ser um país evangélico. Existem até previsões de que em poucos anos o Brasil será do Senhor, mesmo antes de sua vinda. Não sei se podemos realmente esperar uma bênção tão grandiosa, mas se acontecer não será surpresa se os países vizinhos vierem buscar a mesma bênção (a linha de baixo).

Houve uma época em que um país foi extraordinariamente abençoado. Esse país foi fundado no século XVII. Os fundadores fugiram da Inglaterra para estabelecer uma nação em que Deus seria honrado e haveria liberdade de consciência. As bênçãos de Deus caíram sobre os Estados Unidos. Houve um tempo em que as crianças podiam sair de casa sem perigo. Não havia meninos de rua. As chaves ficavam dentro do carro, sem que fosse preciso trancar as portas.

As casas fi cavam abertas sem muros ou sistemas de alarme. Não se pensava em violência nem se falava em drogas. Homicídio era uma raridade. Hoje não é mais assim. Esse país mudou, depois que abandonou a maioria dos princípios que garantem a bênção. A preocupação com a evangelização de todos os povos diminuiu.

Quando Jimmy Carter estava na presidência, um amigo foi convidado para falar num congresso de missões nos Estados Unidos da América. Cerca de 4 mil pessoas esperavam atentas a palavra do pastor Greg Livingstone (hoje diretor de uma missão no norte da África).

Concederam-lhe um minuto para falar. Ele foi à frente e fez a seguinte pergunta: “Quantos de vocês estão orando pela libertação dos 52 americanos sequestrados no Irã?”. Os mais velhos lembram-se da grande preocupação causada pelo sequestro daqueles americanos. Quase todas as mãos se levantaram no auditório, indicando a preocupação generalizada. Em seguida, fez outra pergunta: “Quantos estão orando pela libertação de 52 milhões de iranianos das algemas de Satanás?”. Os braços foram abaixando até não restar mais que um ou dois em toda aquela multidão. Meu amigo sentou-se, sem utilizar todo o seu minuto, dizendo: “Percebo que vocês são mais americanos que cristãos!”. Ficou claro que ele falava das duas linhas.

Aqueles milhares de pessoas preocupavam-se apenas com a linha de cima. Sabiam de quem e em que nome podiam pedir a libertação dos sequestrados, mas não tiveram a preocupação de pedir a libertação de 52 milhões de seres humanos algemados espiritualmente.

Quero deixar assentado, primeiramente em meu coração, depois no do leitor, que a linha de baixo depende de entendermos a razão pela qual Deus abençoa nossa vida. Se não recebi bênção alguma, tudo bem. Se não ganhei nada de Deus, ele não cobrará nada de mim. No entanto, se Deus tem nos abençoado de alguma maneira especial e se ele nos tem dado conhecimento da verdade de sua Palavra, com o resultado de que podemos viver e morrer felizes, temos de levar a sério a linha de baixo.

Salmo 67.1,2
Mais um texto confirma a tese desta mensagem. O salmo 67 mostra as duas linhas de maneira notável. Quantos se esqueceram de orar hoje? Quantos têm coragem de admitir isso? Provavelmente, a maioria orou. E quem não pediu qualquer bênção? Sabemos que é raríssimo orar sem pedir pelo menos uma bênção.

Animou-me bastante notar que em Salmos 67.1,2, Deus não condena a prática de pedir bênçãos. Esse salmo fala de bênçãos, mas não exatamente de prosperidade:

Seja Deus gracioso para conosco, e nos abençoe, e faça resplandecer sobre nós o rosto; para que se conheça na terra o teu caminho e, em todas as nações, a tua salvação.
Meditando, perguntei para mim mesmo o que teria acontecido se a nação israelita, receptora original dessas palavras inspiradas, tivesse dado prioridade a esse texto. Como seria diferente a história da humanidade se Israel tivesse dado valor à linha de baixo e estabelecido como o mais importante alvo de sua existência abençoar a todos os árabes! O mundo tem mais de um bilhão de muçulmanos. Israel é apenas uma pequena ilha num oceano inimigo de muçulmanos.
Se, em vez de se preocupar com a própria segurança, Israel tivesse pedido a bênção de Deus para os muçulmanos, a fim de que conhecessem os caminhos do Senhor, como seria diferente a história atual! Provavelmente, milhares de pessoas estariam vivas, e famílias inteiras, ainda unidas. As torres gêmeas não teriam caído em Nova York, soterrando quase 3 mil pessoas.

Quase todos os dias morrem vítimas do ódio em Israel. Parece que Israel formou sua nação para buscar a própria segurança, em vez de abençoar os povos vizinhos. Não é meu propósito lançar críticas contra ninguém, mas esse salmo não deixa dúvidas quanto ao propósito de Deus. Paremos um instante para refl etir. Qual é minha preocupação maior na vida? A resposta de todos nós é a mesma. Ser abençoado por Deus. Quero que ele abençoe minha família, os filhos, os netos, a esposa, o trabalho, a situação financeira. É isso o que mais importa. E Deus não despreza tais petições, porém não estaremos glorificando a Deus se dermos prioridade à linha de cima e ignorarmos a linha de baixo.

Jesus, pouco antes de sua exaltação, declarou aos discípulos que a bênção de os povos gentios conhecerem os caminhos do Senhor deve ser o foco de seu ministério. Em Jerusalém, na Judeia, em Samaria e até os confins da terra, eles seriam testemunhas da graça de Deus que salva. Quero encerrar afirmando algo sobre nossa nação. Os irmãos sabem que a teologia predominante no Brasil é a chamada “teologia da prosperidade”. É quase certo que o pregador que conseguir convencer brasileiros — evangélicos, católicos, espíritas e mesmo pessoas sem religião — de que possui poder para liberar bênçãos como saúde, emprego, salário maior e paz na família será “bem-sucedido”. Quem promete abençoar o povo material e socialmente está fadado ao “sucesso”. Contudo, quero enfatizar que é uma distorção do evangelho, pois não há interesse prioritário na linha de baixo. As promessas da antiga aliança, que abençoaram Israel materialmente, tinham o propósito de persuadir os povos a adorar e obedecer a Deus na totalidade de sua existência.

Quais são as promessas da nova aliança? Cristo voltará quando todas as nações tiverem ouvido que Cristo é o único caminho para Deus. Ele é o único Salvador. O descaso para com a obrigação missionária, em razão do interesse voltado para esta vida, demonstra pouco compromisso com a vida vindoura. Não se fala muito sobre o investimento no
destino final.

A busca pelo poder do Espírito como forma de obter alívio, conforto e bem-estar, em vez de testemunho e proclamação, está em desacordo com o propósito central de Deus. A teologia da prosperidade destaca o ter, e não o ser. A lei da nova aliança deve ser interna. “Esta é a aliança que firmarei com a casa de Israel, depois daqueles dias, diz o Senhor: Na mente, lhes imprimirei as minhas leis, também no coração lhas inscreverei; eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo” ( Jr 31.33). Não é a vontade de Deus que busquemos os benefícios do Reino de Deus sem dar prioridade ao próprio Reino. Os benefícios ilimitados de Deus virão no Milênio, mas poucos querem esperar um futuro distante e pouco almejado.

O resultado dessa distorção pode ser percebido no desinteresse em conhecer a Palavra de Deus. Há também quase nenhum interesse pela exegese, pela hermenêutica, pelo discipulado e pelo estudo da Palavra. Busca-se a experiência, e não o Senhor das experiências. Parece uma diferença sutil, mas é importante. O Espírito Santo é apresentado mais como fonte de poder que como pessoa divina que glorifica ao Senhor Jesus ( Jo 14.13). A ênfase exagerada sobre o indivíduo desvia nossa atenção da comunhão e da responsabilidade mútua da igreja (1Pe 2.9,10).

Não é certo omitir a ênfase sobre a obrigação e destacar apenas a motivação do amor que produz a alegria no Senhor (1Co 13.1,4,5).

É muito comum omitir-se a proclamação da teologia bíblica acerca do sofrimento. Nesse caso, onde se encaixaria a cruz de Cristo ou as condições do discipulado? “Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz [diariamente] e siga-me” são palavras pouco ouvidas, mas foram pronunciadas por Jesus. Buscar os dons e manifestações do poder de Deus em benefício próprio, e não em benefício do Corpo de Cristo é mais um desvio do propósito bíblico revelado na Palavra. Todas essas aberrações e distorções, até o ponto em que caracterizem a igreja brasileira, mostram preocupação com a linha de cima, e não com a de baixo. Para o Brasil se tornar um verdadeiro celeiro de missões, é necessário que haja uma mudança de paradigma. Como Israel, no período do Antigo Testamento, teve a oportunidade de influenciar o mundo ao seu redor em prol do Deus único, cumprindo suas leis e demonstrando um amor profundo pelo Senhor, temos o desafio de realinhar nossas prioridades. Se genuinamente nos preocuparmos com a linha de baixo, isto é, que o evangelho seja proclamado e vivido entre todos os povos, a bênção gloriosa cairá sobre nós. Paulo assim se refere a esse futuro: “Para mim tenho por certo que os sofrimentos do tempo presente não podem ser comparados com a glória a ser revelada em nós. A ardente expectativa da criação aguarda a revelação dos filhos de Deus [...] para a liberdade da glória dos filhos de Deus” (Rm 8.18,19,21).

Fonte : www.veredasmissionarias.blogspot.com 


Russell Shedd é PhD em Novo Testamento pela Universidade de Edimburgo (Escócia). Fundou a Edições Vida Nova há mais de 40 anos e atualmente é consultor da Shedd Publicações. É missionário da Missão Batista Conservadora no Sul do Brasil e trabalha em terras brasileiras há vários décadas. Lecionou na Faculdade Teológica Batista de São Paulo e viaja pelo Brasil e exterior participando de conferências em congressos, igrejas, seminários e faculdades de Teologia. É autor de vários livros, entre os quais estão A Justiça Social e a Interpretação da Bíblia , Disciplina na Igreja , A Escatologia do Novo Testamento , A Solidariedade da Raça , Justificação , A Oração e o Preparo de líderes cristãos , Fundamentos Bíblicos da Evangelização , Teologia do Desperdício , Criação e Graça: reflexão sobre as revelações de Deus , todos publicados pelas Edições Vida Nova ou pela Shedd Publicações. Além disso, é autor dos comentários da Bíblia Shedd (Vida Nova).

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Missões, um investimento de consequências eternas



"Jesus, o Filho de Deus, deixou a glória que tinha com o Pai, no céu, e veio ao mundo, encarnou-se e habitou entre nós."
Veio como nosso representante e substituto. Veio para morrer em nosso lugar. Seu nascimento foi um milagre, sua vida foi um exemplo, sua morte foi um sacrifício vicário, sua ressurreição uma vitória retumbante. Jesus concluiu sua obra redentora e comissionou sua igreja a ir por todo o mundo, proclamando o evangelho a toda a criatura. Por essa razão, a obra missionária merece nossos melhores investimentos. Destacamos, aqui, dois investimentos que devemos fazer na obra missionária:

Em primeiro lugar, o investimento de recursos financeiros. A Bíblia diz que aquele que ganha almas é sábio (Pv 11.30). Investir na obra missionária é fazer um investimento para a eternidade; é fazer um investimento de consequências eternas. Nada trouxemos para este mundo nem nada dele levaremos. Os recursos que Deus nos dá não são apenas para o nosso deleite. Devemos empregar, também, esses recursos para promover o reino de Deus, levando o evangelho até aos confins da terra. A contribuição cristã não é um peso, mas um privilégio; não é um fardo, mas uma graça. Deus nos dá a honra de sermos cooperadores com ele na implantação do seu reino. Não fazemos um favor para Deus contribuindo com sua obra; é Deus quem nos dá o favor imerecido de sermos seus parceiros. Estou convencido, portanto, de que a melhor dieta para uma igreja é a dieta missionária. Quando Oswald Smith chegou à Igreja do Povo, em Toronto, com vistas a assumir o pastorado daquela igreja, fez uma série de conferências de uma semana. Nos três primeiros dias pregou sobre missões. A liderança da igreja reuniu-se e disse ao pastor que a igreja estava com muitas dívidas e que aquele não era o momento oportuno de falar sobre missões. Smith continuou nessa mesma toada e no final da semana fez um grande levantamento de recursos para missões. O resultado é que aquela igreja, por longas décadas, jamais enfrentou crise financeira. Até hoje, ela investe mais de cinquenta por cento de seu orçamento em missões mundiais.
Em segundo lugar, investimento de vida. A obra de Deus não é feita apenas com recursos financeiros, mas, sobretudo, com recursos humanos. Fazemos missões com as mãos dos que contribuem, com os joelhos dos que oram e com os pés dos que saem para levar as boas novas de salvação. Tanto os que ficam como os que vão são importantes nesse processo de proclamar o evangelho de Cristo às nações. Os missionários que vão aos campos e as igrejas enviadoras precisam estar aliançados. William Carey, o pai das missões modernas, disse que aqueles que seguram as cordas são tão importantes como aqueles que descem às profundezas para socorrer os aflitos. Os que guardam a bagagem e os que lutam no campo aberto recebem os mesmos despojos. Devemos fazer missões aqui, ali e além fronteiras concomitantemente. Devemos empregar o melhor dos nossos recursos, o melhor do nosso tempo e da nossa vida para que povos conheçam a Cristo e se alegrem em sua salvação. Alexandre Duff, missionário presbiteriano na Índia, retornou à Escócia, seu país de origem, depois de longos anos de trabalho. Seu propósito era desafiar os jovens presbiterianos a continuarem a obra missionária na Índia. Esse velho missionário, numa grande assembleia de jovens, desafiou-os a se levantarem para essa mais urgente tarefa. Nenhum jovem atendeu seu apelo. Sua tristeza foi tamanha, que ele desmaiou no púlpito. Os médicos levaram-no para uma sala anexa e massagearam-lhe o peito. Ao retornar à consciência, rogou-lhes que o levassem de volta ao púlpito, para concluir seu apelo. Eles disseram: “O senhor não pode”. Ele foi peremptório: “Eu preciso”. Dirigiu-se, então, aos moços nesses termos: “Jovens presbiterianos, se a rainha da Escócia vos convidasse para ir a qualquer lugar do mundo como embaixadores, iríeis com orgulho. O Rei dos reis vos convoca para ir à Índia e não quereis ir. Pois, irei eu, já velho e cansado. Não poderei fazer muita coisa, mas pelo menos morrerei às margens do Ganges e aquele povo saberá que alguém o amou e se dispôs a levar-lhe o evangelho”. Nesse instante, dezenas de jovens se levantaram e se colocaram nas mãos de Deus para a obra missionária!
Fonte:Sepal

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

As estratégias evangelísticas de Paulo


As estratégias evangelísticas de Paulo



"Paulo foi o maior missionário da história da igreja."


Investigar o conteúdo da sua mensagem e a relevância de seus métodos é um desafio para a igreja contemporânea. Na busca do crescimento da igreja, não precisamos recorrer às novas técnicas engendradas no laboratório do pragmatismo, mas devemos nos voltar ao exemplo daquele que foi o maior bandeirante do Cristianismo. Algumas estratégias de Paulo merecem destaque:

1. Paulo sempre buscou as sinagogas para alcançar os religiosos. Sempre que Paulo chegava em uma cidade, procurava ali uma sinagoga. Sabia que nesse ambiente religioso, judeus e pessoas tementes a Deus se reuniam para estudar a lei e orar. Seu propósito era argumentar com essa pessoas, a partir do Antigo Testamento, que o Jesus histórico é o Messias, o Salvador do mundo. Não podemos perder a oportunidade de pregar a Palavra nos templos, onde pessoas religiosas se reúnem, para expor a elas as Escrituras e por meio delas apresentar-lhes Jesus.
2. Paulo sempre aproveitou os lugares seculares para alcançar as pessoas não religiosas. Tanto em Corinto como em Éfeso, Paulo lançou mão desse recurso. Não podemos limitar o ensino da Palavra de Deus apenas aos locais religiosos. Em Corinto Paulo ensinou na casa de Tício Justo e em Éfeso, na escola de Tirano. Paulo ia ao encontro das pessoas, onde elas estavam. Era um evangelista que tinha cheiro de gente. Estava nas ruas, nas praças, nas escolas. Era um pregador fora dos portões. Ainda hoje podemos e devemos usar esses recursos. Podemos e devemos plantar igrejas, usando espaços neutros, como fábricas, escolas e hotéis. Muitas pessoas que, ainda hoje, encontram resistência para entrar num lugar religioso não oferecem qualquer resistência para ir a um lugar neutro.
3. Paulo sempre utilizou os lares como lugares estratégicos para a evangelização e o ensino. Paulo ensinava publicamente e também de casa em casa, testemunhando tanto a judeus como a gregos o arrependimento e a fé em Cristo Jesus. Paulo era um evangelista e um mestre. O lar sempre foi um lugar estratégico para o crescimento da igreja. Na igreja apostólica não havia templos. As igrejas se reuniam nas casas. E a partir desses núcleos, a igreja espalhou-se e multiplicou-se por todo o império romano. O lar deve ser uma embaixada do reino de Deus na terra, uma agência de evangelização e uma escola de discipulado.
4. Paulo sempre plantou igrejas em cidades estratégicas. Paulo foi um pregador fiel e relevante. Ele lia o texto e o povo. Conhecia as Escrituras e a cultura. Jamais mudou a mensagem, mas sempre buscou os melhores métodos para alcançar os melhores resultados. Por isso, fixou-se nas cidades mais importantes do império, porque estava convencido de que a partir dali, o evangelho poderia se espalhar para outros horizontes. Nas quatro províncias que Paulo plantou igrejas, as províncias da Galácia, Macedônia, Acaia e Ásia Menor, procurou sempre se estabelecer em lugares geográfica, econômica e religiosamente importantes, pois sabia que as igrejas nessas cidades tornar-se-iam multiplicadoras na evangelização mundial.
5. Paulo sempre acreditou no poder da verdade para convencer e converter os corações. Paulo pregou com lágrimas, mas sem deixar de usar seu cérebro. Por onde passou, dissertou sobre a verdade das Escrituras e persuadiu as pessoas a crerem em Cristo. Ele dirigiu-se à mente das pessoas e tocou-lhes o coração. Paulo rejeitou a sabedoria humana, mas não a sabedoria divina. Ele não confiou nos recursos da retórica, mas usou todos os argumentos lógicos e racionais, na dependência do Espírito, para alcançar as pessoas com o evangelho. Hoje, à semelhança de Paulo, precisamos de pregadores que conheçam a verdade; pregadores que ousem pregá-la com clareza, exatidão e poder.

Fonte:Sepal

Estatísticas Missionarias

Dos 24.000 povos no mundo, 8.000 ainda não foram alcançados com o Evangelho. • Dos 251 povos indígenas brasileiros, 118 ainda não têm missionários. • Das 7.158 línguas do mundo, a Bíblia ainda não foi traduzida para 4.000 delas.

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Ainda existem países que não possuem nenhum crente nacional conhecido. Entre eles estão Arábia Saudita, Saara Ocidental, Ilhas Maldivas e Catar
• Das 600.000 cidades e vilas na Índia, em 500.000 ainda não tem obreiros cristãos.• Na China ainda existem 500.000.000 de pessoas que nunca ouviram falar de Jesus.• Dentre as 250.000 igrejas existentes no Brasil menos de 400 delas possuem um missionário trabalhando com esses povos não alcançados (incluindo nossas tribos indígenas).

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Acredita-se que morrem 85.000 diariamente no mundo sem nunca terem ouvido falar da salvação em Jesus.• Menos de 1% dos recursos da Igreja brasileira são investidos na obra transcultural.

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A média de investimento do crente brasileiro em missões é de apenas R$ 1,30 por ano.

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Pra se ter uma ideia, se investe mais em chicletes e balas do que missoes.

Estas informações
 são conhecidas da maioria dos líderes denominacionais brasileiros, mas é algo pouco divulgado entre os crentes. Sendo assim, o projeto visa levantar não apenas candidatos, mas também igrejas e pessoas que estejam dispostos a interceder por missões e investir naqueles que pretendem ir.


Fonte: Sepal

Evangelização e Missões




Estas são expressões usadas por John Piper em seu livro "Evangelização e Missões" da Editora Fiel.

Para quem já está introduzido nas questões missionárias, é fácil entender o significado delas. Desnecessária qualquer explicação. Mas, como temos vários leitores que estão ainda aprendendo os conceitos missionários fundamentais, varei uma breve explanação.

Este livro é uma coletânea de sermões de John Piper sobre o tema de Missões, preparado por Tiago Santos. Lançado neste ano, custa menos de R$13,00 e você pode ler as primeiras 54 páginas gratuitamente.

Nós organizamos a resposta ao chamado missionário nestas três personagens:

  • Mantenedores - os que fazem Missões com os seus bolsos. Investem na obra regularmente.
  • Intercessores - os que fazem missões com os seus joelhos. Oram regularmente e especificamente por missionários.
  • Missionários - os que fazem Missões com os seus pés. Aqueles que vão para o campo, seja este campo o próprio país ou outro.

Estes estão representados no desenho do poço que revela Missões aos olhos leigos.

No livro, John Piper faz outra organização dessas personagens:

  • Enviados - aqueles que vão para o campo.
  • Enviadores - aqueles que oram e investem, que ensinam, que  organizam, que deixam tudo pronto para os enviados.
  • Desobedientes - aqueles que não fazem Missões. Em franca desobediência à Palavra de Deus.


Fonte : Missões e Adoração

Levando o Evangelho para os canibais

Entrevista com Don Richardson 



Na introdução de Child Peace [em português O Totem da Paz] o autor Don Richardson, missionário entre os sawis, uma tribo que praticava o canibalismo na Nova Guiné Holandesa, conta que em muitas lendas narradas por aquele povo aos seus filhos ao redor de fogueiras, os heróis são homens que faziam amizades com o expresso propósito de mais tarde trair os amigos para os matar e comer. A expressão sawi para essa prática é "engordar com amizade para a matança".Quando chegou ao ponto de narrar-lhes a história da paixão de Cristo, Richardson observou, para sua grande surpresa, que ao mencionar o beijo de Judas, eles confundiram as coisas e consideraram o ato de Judas como a expressão máxima da traição. Assim, o Iscariotes surgiu perante eles como o ápice da virilidade, um homem venerável que conseguira trair o próprio Filho de Deus!

Mais tarde Richardson descobriu uma "analogia redentora" em seus costumes para transmitir-lhes a mensagem do Evangelho, como o costume nativo da designação do "filho da paz". Esta foi a chave que usou para apresentar-lhes o Redentor e conduzir muitos deles à salvação e a vidas transformadas.

Além de estabelecer trabalho missionário entre os sawis e outros povos ao redor, Richardson escreveu outros livros, comoLords of the Earth [Senhores da Terra] e Eternity in their Hearts[em português, O Fator Melquisedeque]. O seu O Totem da Pazfoi condensado na "Seção de Livros" da revista internacionalReaders' Digest, conhecida entre nós como Seleções. Ele também produziu uma tradução de parte da Bíblia na língua sawi.

Enquanto se dedica a pesquisa e estudo de melhores estratégias missionárias, Richardson é também reconhecido por seu trabalho antropológico e lingüístico entre aqueles povos de Irian Jaya (nome da região ocidental de Nova Guiné, atualmente sob o domínio da Indonésia). Conferencista popular nos Estados Unidos e outros países, ele veio ao Brasil em 1986 quando obtivemos esta entrevista em seu quarto no Hotel Real Park, de Belo Horizonte.

REVISTA MISSÕES – Alguns antropólogos, como a falecida Margareth Mead, fazem restrições aos esforços dos missionários em alcançar povos primitivos nas selvas. Para eles, a atividade missionária interfere nos valores, cultura e costumes desses nativos, levando-os a perderem sua identidade. Como um missionário cristão reage a tais objeções?
Richardson: Essas objeções presumem que se os missionários não forem ninguém mais irá. Mas Margareth Mead e todos os demais não podiam e não podem garantir que ninguém mais irá. Se o missionário não chegar lá primeiro, é uma mera questão de tempo até que um caçador de crocodilos, um madeireiro, um invasor de terras, um especulador imobiliário, um funcionário do governo incumbido de abrir um novo posto, um movimento guerrilheiro ou um professor ali chegarão e modificarão a cultura de qualquer maneira. Sem tomar tempo para aprender a língua do povo, introduzirão enfermidades para as quais os nativos têm pouca ou nenhuma imunidade e não levarão medicamentos para ajudá-los. Alguns certamente explorarão o povo, tomarão suas riquezas sem pagar o valor devido, os usarão como trabalhadores escravizados, ou por baixíssimo preço, interferirão em seus costumes de modo que a cultura e o próprio povo acabem destruídos. Ao longo da história os missionários têm cometido muitos erros na maneira de abordarem certas culturas, mas, regra geral, os missionários têm sido centenas de vezes mais sensíveis, mais cuidadosos para com o nativo do que os que se lhes aproximam com motivação comercial ou política. Os guerrilheiros, por exemplo, forçam os índios a se juntarem às suas forças e os enviam para serem mortos nas frentes, de modo que o militante mesmo viva mais tempo. Eles os obrigarão, por exemplo, a levar-lhes comida todo dia, e tudo isso causa estragos na cultura indígena. Se o missionário ali estiver, o movimento guerrilheiro mais provavelmente tratará de buscar outro lugar. A questão deve ser substituída por uma pergunta mais pragmática: chegará lá primeiro o agente de mudança cultural mais sensível? Geralmente, se o missionário não for o primeiro a ir, os interesses comerciais e políticos é que o farão. Raramente, na verdade, é o missionário o primeiro a chegar. Quando um missionário chega primeiro, tem oportunidade de preparar o povo para uma transição bem sucedida para o mundo moderno. Eu, às vezes, dizia que, se pudesse, erigiria um muro ao redor do território dos sawis, um muro bem elevado—o que realmente seria um projeto bem dispendioso—com uma placa no lado externo dizendo: "Madeireiros, exploradores de petróleo e todos os demais, mantenham-se à distância! Esta é uma reserva étnica do povo sawi e sua cultura". Se eu o tivesse feito, duas coisas poderiam ter acontecido: a) O governo indonésio teria cancelado meu visto por eu ousar dizer-lhes onde podiam ir ou não em seu próprio território; b) os sawis teriam derrubado o muro a partir de dentro, devido à sua imensa curiosidade quanto ao mundo exterior, e determinados a saber o que havia do lado de fora. Quanta curiosidade não se manifestaria se uma nave espacial do planeta Marte descesse sobre a Terra! Quão profundamente curiosos não ficaríamos para descobrir o que podemos aprender com essas criaturas de Marte! Poderiam nos mostrar como vencer o câncer? Poderiam nos mostrar como superar outras enfermidades? Poderiam nos mostrar como controlar o clima? Poderiam nos ensinar como viajar para outros planetas? Assim, manter aqueles nativos totalmente sem contato é algo ingênuo de se pensar. Se um missionário prestar atenção a um desses antropólogos e pensar: "Bem, estava planejando ir e fazer o meu melhor por aquele povo, mas penso que é melhor não ir, seria uma coisa ruim"; enquanto ele fica em casa, algum outro indivíduo, que é assassino, traiçoeiro, sem interesse algum pelo bem-estar do povo, vai. Se os nativos tivessem que escolher, eles prefeririam que o missionário fosse.
REVISTA MISSÕES – Como o mundo exterior pode ser levado a apreciar melhor a cultura e costume desses povos aborígenes, e respeitá-los mediante um trabalho missionário?
Richardson: O missionário ensina aos nativos os valores do mundo interior e interpreta os valores do mundo exterior para os nativos, de modo que possam melhor compreender as mudanças colossais que subitamente estão se intrometendo em seu mundo. O missionário pode também articular a interpretação desses povos aborígenes minoritários para o mundo exterior de modo que o mundo exterior tenha-lhes algum respeito e seja reduzida a possibilidade de que o mundo exterior os explore e desumanize. Quando funcionários do governo indonésio vieram estabelecer um posto entre os sawis, fiz questão de convidá-los para jantarem comigo e mostrar-me amigável. Conversávamos por horas sobre a língua, cultura e valores dos sawis. Isso desfez a impressão que tinham de que aqueles indivíduos eram quase semelhantes a animais, sem cultura, sem inteligência. Assim, quando começaram a administrar aquela área, dirigiam-se aos nativos com maior respeito e até se gabavam a outros funcionários de que as pessoas com as quais trabalhavam eram muito inteligentes.
REVISTA MISSÕES – Uma vez que nativos entrem em contato com os "civilizados", como pode um missionário ajudá-los a evitar as armadilhas do materialismo, o anseio por terem novas coisas e os perigos de se tornarem escravos do consumismo que domina nosso mundo ocidental?
Richardson: Toda vez que dava a um homem sawi um machado de aço, o que representaria quase o mesmo que um automóvel representa para nós, era muito fácil que ele transformasse aquilo num ídolo. E quando eu entregava um machado para um homem da tribo, sentava-me para conversar com ele e então dizia: "Veja, este machado pode ser uma coisa maravilhosa para você, e é um instrumento maravilhoso! Enquanto precisa de centenas de golpes para derrubar uma árvore com seu machado de pedra, você pode derrubar uma árvore com apenas seis golpes com seu machado de aço, mas é ainda uma ferramenta. Algum dia ele vai ficar cego, ou cobrir-se de ferrugem, ou cair de sua canoa para dentro do rio e perder-se para sempre. Você não deve depositar sua esperança nisso. Pense neste machado como um presente de Deus, mas não o ponha acima de Deus". Assim, eu procurava situar o machado em sua devida posição na vida deles. Conversas como essa ajudam a evitar o materialismo.
REVISTA MISSÕES – Como deve um missionário lidar com certos costumes incompatíveis com os ideais cristãos, como a poligamia, por exemplo?
Richardson: Estudei a poligamia do povo sawi. Alguns homens tinham até cinco esposas e outros homens não tinham nenhuma. Descobri que há muita violência e muita intriga diretamente relacionada com o costume da poligamia. Ora, um antropólogo pode dizer numa sala de aula ou num livro de estudo, que todos os valores são relativos, e que se uma cultura prefere a poligamia, e se a poligamia se ajusta bem para eles, como a monogamia para nós, então que assim seja. Eu discordo. A poligamia tem problemas intrínsecos que não ocorrem na monogamia. Entre os sawis os homens que estão casados há vários anos com duas, três, quatro, cinco esposas, têm muitas filhas crescendo em casa e utilizam essas filhas como respaldo para obterem mais esposas para si. Formam assim uma espécie de clube de troca de filhas. Um homem casado diz para outro homem casado: "Eu lhe darei esta minha filha para ser a sua quarta esposa se me der uma de suas filhas para ser minha quinta esposa". Esse "clube de troca de filhas" tem como membros apenas homens casados que têm filhas para tais intercâmbios. Que dizer, então, de todos aqueles homens solteiros na tribo, que desejam fortemente uma companheira para si? Como podem obter uma esposa, se não contam com filhas para dar em troca? Assim, ficam excluídos do "clube". E o que fazem é tentarem roubar ou atrair uma jovem mulher que já está prometida a algum homem mais velho, ou que já esteja casada com um homem mais velho, para segui-lo até outra aldeia e ali iniciar vida nova. E que dizer das mulheres novas? Elas não desejam ser a esposa mais nova num harém de um homem velho. Prefeririam muito mais ser a primeira esposa de um homem atraente. Se um certo homem tem cinco esposas, a primeira delas tem talvez seus 50 anos e a mais jovem pode ser uma adolescente, enquanto as demais ficariam entre os dois extremos de idade. Quando um marido leva uma adolescente para ser sua esposa, ele naturalmente passa a maior parte do tempo com ela e a favorece. Ela é a que dorme mais perto dele à noite, enquanto as outras esposas, que lhe fizeram milhares de refeições e enfrentaram as dores de parto de seus filhos, ficam negligenciadas. Toda a sua atenção é focalizada nessa bela garota. Aquelas esposas ficam enciumadas da esposa mais jovem e tornam-lhe a vida miserável. Colocam-na a realizar todo o trabalho duro e sujo. Maltratam-na, insultam-na e ela, diante de tanto trabalho a realizar, perde sua beleza, como é a meta das demais esposas para que não mais seja a privilegiada. Portanto, a vida se lhe torna miserável no harém, e esta não é uma situação feliz. Daí, quando a jovem mulher percebe que um jovem lhe está fazendo sinais, convidando-a a fugir, ela não hesita em fazê-lo. Os homens mais velhos estão sempre em guarda, tentando perceber se algum homem mais jovem está tentando seduzir suas esposas mais jovens. Ante a menor suspeita, apanham suas armas, chamam os seus parentes e uma grande disputa tem lugar. Pessoas saem feridas e algumas até são mortas. Os frutos da poligamia podem ser bem amargos.Agora, como eu me opunha à poligamia? Não o fazia de forma autoritária. Eu não dizia: "Agora, pessoal, vocês devem parar de tomar várias esposas ou Deus lhes punirá com o inferno. Serão queimados com fogo e enxofre". De modo nenhum. Tudo quanto fazia era mostrar-lhes o que causara aquela batalha, o que levara Fulano e Siclano a se ferirem, o que provocara a morte de Beltrano—"Sabem o que foi?—ódio, ciúmes devido à poligamia, e isso tem sido uma maldição sobre vocês por milhares de anos. Têm vivido sob essa maldição que surgiu no meio de vocês por causa do egoísmo. Vejam o que a Bíblia diz: O plano original de Deus era um homem, uma esposa, e foi a teimosia do homem que o fez abandonar os caminhos de Deus para seguir os seus próprios caminhos. Voltem para os caminhos de Deus e suas bênçãos serão parte de seus matrimônios e repousarão sobre os filhos de vocês". E o povo começou vagarosamente a aceitar a monogamia como o ideal para a tribo sawi por si mesma, e a poligamia foi entrando em declínio.
REVISTA MISSÕES – E a língua? Os povos primitivos têm uma estrutura gramatical lingüística e vocabulário mais simples, como seria de se esperar de uma perspectiva evolucionista? Como sentiu isso ao traduzir a Bíblia para a língua sawi?
Richardson: A idéia de povos primitivos terem uma estrutura lingüística primitiva não é absolutamente real. Eles têm um vocabulário menor. Eu estudei indonésio, que é a quinta língua mais falada no mundo em número de pessoas nativas, e estudei também sawi, uma língua falada por apenas três mil indivíduos, e posso dizer que a sua gramática é muito mais complexa do que a gramática inglesa ou a indonésia. Você pode estudar indonésio e estar falando indonésio em sete ou oito meses, se for um estudante aplicado. Quanto ao sawi, você tem que estudar duro dois anos, três anos, e mesmo ao final desse tempo poderá não estar empregando corretamente as terminações de verbos. Todo verbo sawi pode mudar gramaticalmente 40 mil vezes. Há um sistema para isso, que não é muito difícil como possa parecer. É preciso que se compreenda o sistema, e uma vez o tenha dominado, então é mais fácil. Assim, o idioma de sociedades simples pode ser mais complexo, o que é algo que muitas vezes confunde os evolucionistas.
REVISTA MISSÕES – Recentemente um pesquisador afirmou que o canibalismo jamais existiu. Segundo ele, não há evidência clara no passado ou no presente que mostre ser isto um fato, e a idéia de que povos primitivos comeriam seres humanos não passa de um mito. Na sua própria experiência, como fica essa questão?
Richardson: Na África, exploradores viajavam por dias procurando uma tribo que praticasse canibalismo para que pudessem estudar o assunto, tirar fotos, etc. E quando chegavam a uma tribo e perguntavam: "É verdade que vocês comem gente?", eles respondiam: -- Claro que não. Quem lhes disse tal coisa? -- Ah, foi o povo que mora ali atrás daquela montanha. -- Sim, é claro que eles diriam tudo de mal sobre nós, porque têm raiva de nós. Mas não somos animais. Agora, se realmente desejam encontrar canibais, vão até a próxima tribo. . . Assim, na África a coisa tende sempre a ser da próxima tribo, conquanto eu tenha ouvido falar que há algumas tribos, na Nigéria, por exemplo, onde as pessoas dizem que realmente acontecia canibalismo. Agora, nas ilhas da Nova Guiné, nem todas as tribos eram canibais, mas eu calcularia que provavelmente de 10 a 15 por cento das milhares de tribos nessa parte do mundo realmente praticam o canibalismo, não porque queiram matar a fome, mas devido ao costume. E se alguém abordá-los e perguntar se praticam o canibalismo, eles o confirmarão e até indicarão alguns que mataram e comeram. Esse é realmente um aspecto de sua cultura. Alguns antropólogos visitaram esses lugares. Saiu um artigo na Natural History Magazine [Revista de História Natural] em que os antropólogos que visitaram o povo yali da Nova Guiné têm fotos mostrando os yalis numa batalha real e os corpos estendidos sobre pedras crivados de setas. O artigo descreve como eles os cortavam e comiam. Isso não é tão comum quanto as pessoas imaginam, mas decididamente não se trata de mito.
REVISTA MISSÕES – Como pensa que os cristãos cumprirão Mateus 24:14 a fim de que Cristo possa voltar? Não temos nos dedicado à pregação do Evangelho por tantos séculos e contudo ainda restam tantas barreiras políticas, além da explosão populacional e outros impedimentos que parecem estar ganhando a corrida?
Richardson: Mateus 24:14 ["E este evangelho do reino será pregado em todo o mundo, em testemunho de todas as nações; então virá o fim"] refere-se à pregação do Evangelho a todo ethnos [nação, no texto grego original], o que é muito mais fácil do que alcançar cada pessoa, porque você pode alcançar algumas dessas milhões de pessoas na Índia, por exemplo, e estabelecer uma igreja para aqueles poucos que se tornam cristãos, e pode ensiná-las para que possam compartilhar o Evangelho por todo o seu ethnosAssim, já alcançamos cerca de oito ou nove mil idiomas em todo o mundo. Somente três ou quatro mil não foram alcançados. Temos mais cristãos agora do que no passado, mais cristãos firmados na Palavra do que todos os cristãos de todas as gerações antes de 1900. Mais pessoas vieram a Cristo neste século, até agora, do que nos 19 séculos anteriores juntos. Graças ao rádio, à televisão, à literatura e a meios mais rápidos de transporte, a melhores técnicas lingüísticas, é possível para os 350 milhões de cristãos agora existentes no mundo, alcançarem aqueles outros três ou quatro mil grupos lingüísticos facilmente, de modo que Mateus 24:14 possa em breve ser cumprido e Jesus venha.
REVISTA MISSÕES – Agora, que Evangelho dará cumprimento a Mateus 24:14? O evangelho presbiteriano, o evangelho batista, o evangelho adventista. . .?
Richardson: Tem de ser o Evangelho da justificação pela fé, porque se recorrermos às Escrituras, leremos em Gênesis 15:6 que Abraão foi justificado pela fé. Paulo cita este verso em Gálatas 3:6 e diz que assim como Abraão foi justificado pela fé, as Escrituras predizem que o Senhor justificaria os gentios pela fé. Este é o Evangelho e é assim que as pessoas de todas as nações serão abençoadas nele. Portanto, é a mensagem que diz que o homem não pode ser justificado pelas obras, mas pela fé, que dará cumprimento a Mateus 24:14. Há presbiterianos que ensinam isto, bem como batistas, metodistas, e assim por diante. Quem não ensinar isto estará excluído.

Fonte : Missões e Adoração